quarta-feira, 18 de setembro de 2013

LEITURAS DE AGOSTO 2013


Na Cova dos Leões
Fátima - Cartas ao Cardeal Cerejeira
de  Tomás da Fonseca

Edição/reimpressão: 2009
Editor: Antígona
ISBN: 9789726082071

Nesta obra Tomás da Fonseca desmonta as aparições de Fátima e a forma como o Vaticano lidou e lucrou com as mesmas.
Nas suas cartas ao cardeal Cerejeira de quem Tomás da Fonseca foi condiscípulo esclarece e refuta o teor das acusações de heresia que lhe têm sido feitas por diversos tipos de imprensa e de políticos afetos ao poder do Estado Novo.
Gostei especialmente da quarta parte do livro, onde é feito um estudo sobre a criação das religiões, o nascimento de deuses e a origem do cristianismo….

Cinco Reis de Gente de Aquilino Ribeiro
Edição: 1979
Páginas: 314
Editor: Livraria Bertrand, S.A.R.L.,Lisboa
"Cinco réis de gente" é uma espécie de relato de memórias de infância, desde os sonhos na mais tenra idade, passando por costumes, crenças e tradições religiosas (quebradura da hérnia em noite de S. João, esconjuro do pé quebrado, vias sacras pela quaresma, ...), episódios da escola e a aprendizagem da leitura, aventuras na caça aos ninhos, modos de sobrevivência nas aldeias beirãs, acompanhar o pai nas visitas durante uma campanha eleitoral - então, tal como agora, tudo se prometia por um voto!
Excertos:   
"(...)
  Aceite, senhora comadre,
este nosso afilhado,
que nasceu são
e é quebrado.
passemo-lo pelo carvalho,
e o milagroso S.João
nos faça este milagre:
o carvalho vá soldando
e o menino sarando."

 "(...) A vida de escola, se não fossem as operações de multiplicar e dividir, de muitas casas e com os algarismos mais altos, 9,8,7, raro matizadas pelo simpático cifrão, sem o inominável ferro-velho dos reis e das batalhas e o escalracho gramatical, não era má de todo. É certo que a professora não ascendia ao reino de Deus pela paciência, e a menina -de-cinco-olhos com ela andava numa roda-viva. (...)

"(...) - E então a que anda Sua Senhoria?
-Sua Senhoria vem pedir-te o voto. Votas com ele e tens aqui um protector para as aflições. Estás recenseado, pois não estás? Estou, sim senhor, estou recenseado. Recenseou-me o senhor Padre Nazaré. É verdade, é verdade. Agora o voto...hum!...hum!...o voto já o prometi. Vai para o senhor capitão, sabem vossemecês, o homem da Ritinha da Barroca, que é agora o presidente.(...)
-Olha cá, Ramos, olha cá... O que é que o José Francisco Vicente te prometeu?
-Que me prometeu...? Prometeu-me tudo o que lhe pedi.(...)"

A VIA SINUOSA de Aquilino Ribeiro
Edição/reimpressão:
Páginas:
Editor: Bertrand Editora
ISBN:


O Malhadinhas Livro de Bolso de Aquilino Ribeiro
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 296
Editor: 11 X 17
ISBN: 9789722523493
Inicialmente incluído em Estrada de Santiago (1922), O Malhadinhas acabaria por se tornar numa das mais conhecidas obras de Aquilino Ribeiro quando foi publicado em volume autónomo em 1958 (o autor acrescentar-lhe-ia a novela Mina de Diamantes). Em forma de monólogo, a obra conta-nos a história de um almocreve, o Malhadinhas, um serrano rústico, grosseiro e matreiro, que não tem quaisquer problemas em usar a «faquinha» que traz à cintura para corrigir o que entende por injusto. Defendendo-se à navalhada e golpes de pau (e por vezes a tiro) dos inimigos com que se vai deparando ao longo dos caminhos e da vida, Malhadinhas presenteia-nos com uma série de episódios picarescos, num tom coloquial repleto de expressões idiomáticas, trazendo-nos o retrato de um Portugal esquecido.

Andam Faunos Pelos Bosques de Aquilino Ribeiro
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 224
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722523738
Sinopse
Em Andam Faunos pelos Bosques verifica-se a obra erudita de Aquilino, polvilhada de sabedoria com reflexões antiquíssimas, nunca concluídas, sempre por resolver. Fala-nos do belo e do divino. Mas também nos fala da relação entre o homem e o desconhecido, campo verde onde pastam as ovelhas da fé e onde, ao contrário do habitual, pastam também pastores. Retrata magistralmente um conjunto de sacerdotes da douta igreja, sacudindo-os e analisando-lhes as vidas e a fé. São eles, os padres, que carregam o peso da narrativa. É através deles que Aquilino nos conta a história, passada nas serras da Beira e parcialmente na cidade de Viseu, de um conjunto de estranhas ocorrências. Chegara à Terra o Inefável, que viria plantar a sua semente pura nos ventres das mais belas mulheres.

Aparece então a teoria clássica que ressuscita a imagem do fauno. Aparece depois a católica teoria demoníaca. O duelo entre as duas "escolas", defendidas cada qual por um punhado de padres, acaba saldado por uma intervenção de um outro padre num discurso absolutamente formidável que constitui uma das mais claras e racionais definições de fé...

Príncipes de Portugal de Aquilino Ribeiro
Edição/reimpressão: 2011
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722522564
Sinopse
«Mestre Aquilino Ribeiro aceitou o encargo de compor a vida duns tantos portugueses, príncipes, reinantes ou apenas caudilhos, que deixaram na história mais que uma passagem meteórica (...) O critério dele foi o do romancista: interessou-lhe tudo o que não é comum. Para a história, de resto, não há apenas ouro, há também o oricalco. Aquilino Ribeiro olhou para esses grandes de Portugal e pintou-os, como Velasquez fazia, com as tintas do arco-íris. Tais como eram. Melhor, tais como lhe pareceram. Sem deixarem de ser a obra do historiador, escreveu estes perfis o novelista.»




A CASA NO CAMPO

É UMA SEGUNDA FEIRA DE AGOSTO, COM MUITO CALOR!

Sentei-me no alpendre a saborear o cheiro das árvores de fruto que envolvem a minha casa e a descansar o olhar no verde dos pessegueiros, das pereiras, das oliveiras, dos carvalhos , dos lilases e sinto-me num oásis maravilhoso!
Este oásis, não nasceu assim, nem era assim, até ser nosso!
Tinha já a beleza da vista panorâmica e a frescura da água que nele brota, mas fomos nós que a aproveitámos e gozamos dela a frescura que permite manter o verde e as cores que ao longo do ano aqui se criam...

Aqui sinto o prazer de usufruir da concretização de sonhos, em que cada aquisição, plantação, construção, é uma escolha nossa, sempre condicionada pela falta constante de dinheiro, mas alimentada pelo muito amor que partilhamos, pelas ideias e soluções que vamos imaginando e inventando!

Por enquanto, estamos só os dois, nesta segunda semana de Agosto.É repousante o sossego em que temos estado... o meu companheiro, pela fresca, tem regado e tratado da terra seca, dura e cheia de pedras, para a horta de inverno, eu vou tratando das minhas roseiras que agradecem renovando as flores para mim...
Produzimos os mimos que a nossa presença irregular e os humores do tempo vão permitindo criar.
Desfrutamos  a paz e o escorrer do tempo, sem horas marcadas!
Gozamos a beleza do por do sol e da lua (foi lua nova há poucos dias...), observamos as constelações, a estrada de Santiago, fazemos votos com as estrelas cadentes e deixamos-nos estar  tranquilamente a ouvir os sons da noite.